segunda-feira, 26 de setembro de 2011




Desânimo


Escrevo todos os meus erros em minha pele
Os enquadro com letras garrafais
Perpendicular, unilaterais
Marcados pelos dedos que sua mente repele

Faço em pedaços o espelho, com um leve contato
Entrelaçam-se perfeitamente após o corte
Os cacos e o sangue da minha sorte
De meus pensamentos não surgem os fatos

Fisiogenia estagnada em uniformidade
Vivo, porém acostumado com calamidades
Perdido entre o plural e o singular

Singelo, medonho e resignado
Correndo, caminhando ou parado
Sem objetivo para continuar...


(S. L. Schiapim)

" - Escrito brincando com palavras... 
Feito em poucos minutos.
Notável a falta de capricho!"




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domingo, 25 de setembro de 2011


Morte Interior


Todo o fingimento contido no mundo,
Com seus humanos pálidos sofrendo...
Enxergar a verde esperança morrendo,
Absolvendo todo esse sentimento imundo.

Fraqueza forçada por não declarar
Inúmeras vezes o que os abalam,
Seus desconfortos internos não se calam
E contrastam com a exaustão de respirar.

Sua alma escurecida não cai,
Enche seus pulmões de poluição e vai...
No fenecimento de não perecer.

Expectorar a fragilidade contida,
Apesar de não acreditar na vida...
Sendo o não morrer e o não viver!


(S. L. Schiapim)


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quarta-feira, 21 de setembro de 2011


Humano Invisível


Na falta de visibilidade de um pó respirante, caminhando nos sentimentos vagos, incompreendidos e tortos. Nunca minhas palavras tiveram um tom protagonístico, sempre ficaram abafadas atrás de gritos, cantos e notas musicais... Nunca te disse mais que um singelo e tímido 'oi', mas a musicalidade presente em meu ser junto com a poesia que existe em nós, quer lhe dizer isso:


" - O tom claro de sua pele fria
Seu andar leve, acompanhado de sua voz, em mim cria
No oxigênio que meu pulmão tenta respirar
Mas com a timidez presente em meu ser
Me incomoda esse constante 'não dizer'
E me exausta o infortúnio de 'não falar'

O dispêndio desse ocioso vírus
Trás o amarelamento dos papirus
Onde eu anotei todas as minhas ações
Existo apenas em minha invisibilidade quotidiana
Com a timidez de minha natureza humana
Onde você mal sente minhas respirações

Sou apenas um período sem frequência
Um humilde humano sem essência
No gráfico peculiar da pele
Que hoje, porém, desmoronou
Consciente de que nada sou
E tudo o que minh'alma toca, ela repele!

Sou o ajuntamento abrupto dos entulhos
Junto com a nota tocada fora do tempo
E o arpejo mal-feito em um tom horroroso
Sou as palavras mortas e sem vogais
Junto com todo o inquietamento do mundo
Sou a verdade, sou o 'Eu te amo!'"




(S. L. Schiapim)



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sexta-feira, 9 de setembro de 2011



Nexo Inexistente



Na rutilância de minhas súbitas ideias,
Acompanhadas por sombrias bactérias,
Existe o magnânimo raciocínio...
A extasiante vontade inquieta
De mudar com a ponta de uma caneta
Todo o planeta em crescente declínio.

Assistir o fim da sua essência sem piscar...
No íntimo, a vereda de continuar
A repelir toda a praga congregada,
Despistar todos esses roedores,
Que paralisam meus círculos motores
E escrever mil palavras inacabadas!

Recuperar meus escritos presos aos destroços...
Escutando o atrito fatídico dos ossos...
E caminhar, caminhar, caminhar...
Até me cansar desta repetição,
Moldar uma adorável inundação,
Que minhas palavras passam a borrar...

Ao caminhar sobre a água fria
E notar que meu reflexo não existia...
O sol passou a bater em minhas costas.
Na sombra, a desagregação de minha ideia,
Acompanhada das frases desconexas
E de todas as palavras póstumas.

Sou apenas palavras em um ser humano,
Que livre delas em seu cotidiano,
É só mais um homem sem reflexo,
Tentando mudar o já existente...
Aparentando algumas vezes ser coerente
E nas outras vezes completamente sem nexo!



- Sérgio  Schiapim




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quinta-feira, 1 de setembro de 2011




Sonho Eterno


Neste mundo, não existem movimentos rotatórios...
O meu 'Eu Lírico' dá lugar ao meu 'Eu Ilusório'.
De olhos fechados, respiração calma,
Um sono pesado, meu ser não se movimenta...
O nascer das cores que alimenta
O inebriante descanso da alma!

Crio um ambiente onde meus pesares fenecem.
Ignoro as barreiras, faço com que obstáculos cessem.
Não existe o tempo, é sempre cedo...
Perecem os estalos das horas calculadas,
Morre a preocupação em nós congregada
E os olhos fundos que tremem de medo.

Imagino amigos, espaços, tempos e amores...
Uma vida sonhada anula os rancores,
Nem existe o horror abrupto da despedida,
Onde o lúcido ignora o imaginário,
Sem a frialdade contida em um mercenário,
Nem os abraços emudecidos por não conter vida!

Perdido entro o real e o ilusório,
Perplexo com o ato expulsório,
O meu sonhar sempre me ausenta
Da insensata vida corriqueira,
Do respirar acumulado de poeira,
E da vida central que nos orienta!

No último verso de minhas ilusórias frases,
Acomodo-me suspenso entre as bases...
Volto a 'realidade' que a nós foi imposta.
Retorno aos dizeres comuns da sociedade,
Procurando neles alguma verdade.
Eu crio perguntas e não respostas!


- Sérgio Schiapim









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