domingo, 26 de agosto de 2012



Esquecido


Vazio, vítima de uma morte interna
O núcleo central de cada célula em curto
As ideias desfilam vestidas de luto
Em círculos, sobre essa visão externa

Controlado pelo contorno das letras
Trôpego, reduzindo sua velocidade
Sentir a perda de sua habitual capacidade
Com o deslizar lento da caneta

Cansado...
                 Lento...
                             Volto...
                                         e tento.
Entre tantas curvas, reconhecer
Explorando as ideias onde me escondi

                                                      Procuro...
                                    Contorno...
                       Apago...
E experimento.
Contornando os degraus que acabo de descer
Perguntando: Onde foi que me perdi?!


- Sérgio Schiapim



'- Eu tive que me sentir um finado pra entender que o pior óbito é mental. - Pachá"




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quarta-feira, 15 de agosto de 2012



Teor Alcoólico 


Seu sorriso é um convite, desfocando a minha visão
"Azz veizz... meche com a concentração."
Ele se abre, libertado sem causa.
Brilha, deixando ainda mais lindo o seu rosto
E, enquanto ele permanece em seu posto,
Toda poesia em mim lhe concede uma pausa.

Todas as palavras voando sobre nós
Fechamos os olhos, ouvindo apenas a voz
De todas as poesias que marcaram nossas vidas
Seu espasmo carinhoso seria uma nota
Do arpejo natural que me conforta
Num caminho só de ida.

Mas você me obriga a prestar atenção
Em cada parte da nossa conversação
Pensa em algo, falando sobre outro tema
Mudando de assunto rapidamente
Bagunçando a minha mente
Mas eu sobrevivo a esse dilema.

Ignorando as crenças quotidianas
Me ensinou sobre as variáveis humanas
Não nos reduzindo a apenas metade
Não subtraindo um do que são dois
Quando a individualidade que deveras sois
Soma com outra individualidade.

Eu só posiciono as letras no papel amaçado
Que o tempo deixará amarelado
Todas as minhas ideias bagunçadas
A ansiedade em cada respiração
Você me dando inspiração
Deixando todas as letras agitadas

Linda, atrapalhada, esquecida e engraçada,
Completo toda frase inacabada
Sendo fácil encontrar poesia em você
A caneta apenas desliza
Como o tocar de uma brisa
Quando passo a escrever

Agregado ao peito, algumas palavras escritas
Que nem são tão bonitas
Comparadas ao tocar da luz do sol na sua face
Quando você o admira
Enquanto inspira e expira
É meu turno de admirar esse enlace

O ritmo das minhas letras me direciona
Quando a próxima estrofe se posiciona
Deixando mais próximo o fim
Obrigado por acordar querendo me ver
Aceite o que acabo de escrever
Levando um pouco de mim.


- Sérgio Schiapim


'- Uma frase foi tirada da música do Projota - Azz Veizz. Outras duas foram tiradas da música Castelo de Areia, do Onni"




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