quinta-feira, 3 de janeiro de 2013



Esperar. Alguns sabem fazer isso bem. Acredito que as coisas acontecem no espaço que o universo deixou pra que aconteçam. Não que eu não possa adiantar as coisas, até posso, mas não costuma dar certo.
Anoitece, você não dorme. Amanhece, você tem sono. Até coisas simples da nossa rotina são complexas se você analisar bem. Mas analisar bem pra quem? Minha mente funciona de um jeito curioso.
Me sinto bem no frio, mas é lindo ver o sol aparecer, o calor tocar sua pele, enquanto você escuta aquela música que te faz bem, ou que te faz mal, ou que te faz. Não costumo reclamar dos momentos tristes, me faz dar mais valor ao que me faz contente. Assim como não costumo falar muito de mim.

Incompleto

Sou,
Metade daquilo que aqui se encontra escrito.
O que me faz andar, estalar, atrito...
Vou!
Seguindo a direção das linhas tortas.
Grafia arredondada, cheia de voltas.

Sou,
Metade do rancor que ficou espalhado
Em alguma parte de mim, agregado.
Vou!
Caminhando para longe de todo o lixo.
Reciclando ideias. Meu alvo fixo.

Sou,
Metade vogal, metade consoante...
Protagonista, figurante.
O livro empoeirado da sua estante alta,
Contando metade de alguma história triste,
Metade de um sentimento que está em falta.

Vou!
Cortando metade do longo caminho,
Para a metade de algum lugar,
Que vive metade sozinho...
Sabendo que sou, uma parte, aquilo que senti.
Outra parte, aquilo que fiz sentir.

Os corações que fiz bater.


É como olhar o céu a noite, saber o número de estrelas, fase da lua, mas estar ciente que não posso sair do chão. É como saber todas as notas, conhecer todas as melodias, saber que tem um timbre lindo... e estar ciente de que não pode fazer música. É como conhecer todas as letras, palavras, frases... saber moldar todas elas, sentir todas elas... e não poder escrever.

Enfim, é estar completamente incompleto.



- Sérgio Schiapim

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