domingo, 10 de fevereiro de 2013



Anéis de Diamante


Canalizar todas as cores das cidades
Transforma-las em anéis de diamantes
Usando o cinza, só porque gosta da cor
Me livrou do impuro rancor
Sorrisos tortos constantes
Num diálogo onde só existem verdades

Me faz pedidos difíceis
De ignorar o soberano sol
Apagar a própria lua
Deixando somente as estrelas acesas

Ou, para que eu deixe as rimas de lado
O outro ritmo, que mais te agrada
Tocar o mesmo instrumento, inventando notas.
A ineficácia de te resumir em poemas.

Guardamos aqueles problemas
Sempre que outros precisam
Admiração, crescente num sol poente
Fazendo a opaca lua
Refletir sua admiração, de novo.

Se és bela, nas minhas rimas escuras.
Na grafia presa entre as linhas
No ritmo perpendicular que a mesma se exala
Imagino como seria
Com seu sol particular
Iluminando sua pele.

Você é bem mais que essas linhas tortas
Quando te observo sorrir, lendo seus gestos
Como uma coreografia ensaiada de sua reação
Você é bem mais do que dizem
Bem mais do que escrevo...
Quando as vogais e consoantes que existem
São insuficientes.
                          eu invento novas .

Tento, num esforço vão
Como aquele último respiro
Que puxamos do âmago do vazio
Anular todo o meu pensamento sombrio
A cada gota do rancor que retiro
Escutando as letras da inspiração
                          e consigo.

No meu jardim interno
Ideias vagando sem direção
Claramente ansiosas
Esbarraram na realidade
Que você sempre esbarra
Claramente desastrada

Hoje, com insônia...
Passando mais alguns momentos acordado
Com lampejos agregados
Na suspeita de versos outros
Onde 5000 se torna pouco
Para quem já somou infinitos.

Eu queria poder fazer melhor por você,
porque é isso o que você merece.


- Sérgio Schiapim



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