terça-feira, 4 de dezembro de 2012


Intermitência 


Cogitando escrever em si mesmo
Palavras de outras pessoas
Por sua caneta ter ficado sem voz
Ideias perdidas, não lapidadas
Por um escritor preso no ilusório
Escrevendo sobre a realidade
Onde estão as letras?
O conteúdo?
Onde estão as cores,
as músicas e as estrofes?
Onde estão as vozes?
Onde eu estou?
O que sou, se não o que escrevo?
O que vivo, se não o que sinto?
E se vivo, por que não escrevo?
É como estar preso em si mesmo
Se alimentando da própria carne
E disparar pelo nada
Como um animal assustado
Por ter se visto no espelho
Observando somente as ideias rasas
Não sabendo nem ser sincero
O acúmulo de energia desaproveitada
Somado a tudo o que desperdicei
Resulta nas nonilhões estrofes perdidas
Nos poemas que acabei começando
Mas com o clima mudando
Eu não os terminei.


- Sérgio Schiapim


"Fim da ausência."

2 comentários:

Unknown disse...

Como sempre, muito bom. Você se supera a cada texto gio, parabéns!
Beijos.

Ana Luiza disse...

Como sempre muito perfeito *-* Amei!<3 E concordo; sou nada sem ser um pouco daquilo q escrevo e sinto. Acho que todos os escritores e poetas são assim! :) Maravilhoso ;)

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