sábado, 30 de julho de 2011



Guerra Interna


Sou o ódio em sua forma mais pura...
O antônimo do amor,
O caminho escuro e calculado,
Sou os sintomas que atrasam a cura.

Adotada pelos que declaram guerra.
O núcleo do átomo...
O batimento apótomo...
A destruição atômica das eras!

Suor e abatimento de quem não conheço,
Que me faz sentir certa empatia,
Enquanto um foge, um outro sorria...
São inúmeros, acabam e os esqueço.

Deísta que sou, observo igrejas abençoar,
Quem parte em direção a ela...
Incoerência, tão bela...
Que meus pulmões passam a expectorar.

Pra quem gosta, a diversão continua.
Prendo-me, observando a tristeza nua,
Buscando algo que me satisfaz...
Porque todo medíocre humano
Que não entende a dor,
Jamais conhecerá a paz.


(S. L. Schiapim)



" - Falo da guerra o suficiente
para que ela acabe."

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domingo, 24 de julho de 2011



Cura


A absorção da dor escura.
A morte da insana raiva que cegava.
A expulsão do demônio que acompanhava
Os meus passos... Em suma: A Cura!

Vítima sem cor, de avançado estiolamento...
Sozinho, escrevia, escrevia e escrevo...
Toda a falta de esperança que em mim jazia,
A morte entoar mais simples que a vida!

Um verão sem o arder do sol,
Outro outono sem ver folhas caírem...
Amareladas ou desbotadas? Não sabia...
Meu ser não caía pois mal se erguia.

De minha agonia surgiram bons escritos,
Boas palavras empregadas,
Na folha em mim congregada,
Escritos com dor, ódio e medo.

Hoje, sem todo esse fardo,
Com uma leveza e calor de espírito...
Me encontro com um atordoamento lírico
E de ruins sentimentos, farto.

Sem pranto, porém alegre.
Sem dor, porém sentindo...
De verdade, talvez mentindo...
Qualquer palavra serve!

Mas de meus sentimentos declaro unicidade...
Falo somente de um, apenas um:
Que em minha existência não é comum
Esse curto momento chamado Felicidade.


(S. L. Schiapim)

'- Uma postagem um tanto pessoal,
pensei muito se iria mesmo postar isso...
Mas aí está.'

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domingo, 17 de julho de 2011




Falência


Escrevo, entre papéis branco-amarelados,
A angústia dos seres aglomerados,
Sobre o ardente e imenso sol.
Falo sobre os sentimentos repugnantes,
Criando incógnitas sobre as consoantes,
Para tornar calmo o seu humilde She'ól!

Escrevo, sentimentos que passam a obnubilar.
O ser, sem fé, que deixa de acreditar,
Observando a deterioração do infinito...
O humano que busca sua vida inteira,
O lindo sentimento, que finda, virando poeira,
Tornando o mesmo humano precito.

Escrevo, meu passado morto,
Buscando, na consciência, o conforto...
Nas diversas escritas inacabadas.
Neste mar inteiro no qual afundas,
A perda das sensações profundas,
A essência das direções alteradas!

Enxergo a falência múltipla dos sentimentos...
E assopram-me todos esses ventos...
Os ataco, usando de palavras fatais,
Que jazem da natureza em mim congregada,
Que me atingem, pancada após pancada...
Após isso, eu não escrevo mais.




(Sérgio Schiapim)


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segunda-feira, 11 de julho de 2011



Ignotus


Superabundância obscura e intocável,
Filho das palavras mortas e inacabadas,
Refugo jogado a beira das estradas.
Nas dificuldades, isso me torna instável... 

Irritante contiguidade, acompanha meus passos,
Existe em contubérnio com minha matéria.
Sim, na minha inferioridade de bactéria...
Mas minha real essência deseja romper esses laços!

Esse fantasma frio e aterrorizante
Que se auto-denomina Dor,
Não possui significados em um dicionário.

Capaz de mudar o meu semblante...
Inunda minha medíocre existência com rancor...
Este ser ignoto já faz parte do meu inventário.
                                    - Infelizmente.


(S. L. Schiapim)



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sexta-feira, 1 de julho de 2011




Vida


Um pobre resultado de um mero acidente
- Um animal pouco evoluído.
O orgulho de ser pó respirante...
Talvez, deste mesmo fui concebido

O arqueado posicionamento dos cromossomos,
Com o batimento apótomo do coração,
Que finda, com uma última expiração...
Antes mesmo de saber quem realmente somos.

Muitas questões, poucos esclarecimentos,
Alguns cálculos, algumas prosas,
Algumas árvores, algumas rosas,
E a pele segue seu lindo esbatimento...

E a vida passa, como um estalar de dedos.
Me recordo de meus amores, rio dos meus medos,
Escutando uma máquina apitar e apitar...
Observo, melancolicamente, minha existência findar...

Vida, curta vida...
Tão curta quanto esse verso.


(S. L. Schiapim)

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