quinta-feira, 10 de novembro de 2011



Destruição Aparente


O ser humano continua a sua destruição
Andando em círculos, sem direção
Cometendo os mesmos erros de outrora
Um dia com 4 estações
Uma mente com complicações
Observando tudo ir embora...

Minha agonia não fala, não respira, não escreve
Minha inspiração falha, emudece
Levando toda a musicalidade presente
Dentro do meu subconsciente
Como quem apaga letras num papel
E as assopra em seguida...

Protestos sem sentido
Mortes sem necessidade
Agonia que só me faz ranger os dentes
Observando os túmulos de meus parentes
Querendo algum motivo para continuar...
... Continuar, escrevendo.

A pausa poética do respirar
O momento que lembramos que estamos vivos
Enchendo nossos pulmões de poluição
Julgando nosso passado
Com esperança em nosso presente
E com medo do futuro!

Procuro as frases mais puras
Apagando minhas cismas escuras
De podridão deprimente
Sou consumido de indignação
Solto frases sem exclamação
Mas com um som estridente!



(S. L. Schiapim)

"- Eu nem choro mais, pois bem...
Não sei dizer se fiquei mais forte ou se morri também..." - Emicida















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domingo, 9 de outubro de 2011



Martírio Pelo Tempo


De minha história és o majestoso pioneiro,
Com o movimento contínuo dos seus ponteiros,
Atenuando as dores quotidianas...
Conserva, revela e substitui
O que momentaneamente não flui
Com sua analogia as sensações humanas!


Desperta-me para uma realidade infundada
Me faz temer um amanhã não previsto
Me dá um medo em pensar que fiquei distraída
E me perdi no seu imprevisto
Fazendo de mim apenas uma inexperiente
Deixando meu sorriso menos contente
Afetando meu coração tão machucado


Imponderabilíssimo segundo inacabado...
Também torna a saudade um fardo,
Por ampliar esse doloroso sentimento...
Tornando a falta, FALTA;
Transformando a ausência em AUSÊNCIA...
Em todas as notas do vagaroso instrumento.


Mas quando passas me olhas nos olhos
Desfazendo meus planos de fugir de você
Assim também faz com as feridas,
Que se curam ao te ver.
Eis que é o dono da minha vida,

Ora vejo a sua hora, ora em hora eu vejo você.



Carrega consigo todos os minutos tolos,
Fadados a abrir os inúmeros rolos
Que minha pele obnubilada quer ignorar
Separações, tragédias e finais...
Se perderem entre as suas vogais,
Fazendo sua consoante chorar!


E minhas lágrimas já não pedem tempo
Elas preferem se mostrar da forma mais dolorosa
E você olhando nos meus olhos me afronta
Porque sei que nunca vou estar pronta pra te pedir mais tempo
E meu coração tão desatento, já sabe que você passou
E por mais que eu peça pra você agir, 
Ainda mais sinto em mim essa imensa dor.


Lágrimas secas pelas horas passadas
Girando em torno de um infinitivo perpétuo
Abstrato ao seu pretérito imperfeito
E todas as outras coisas que nos obrigam estudar
Não finda, não cessa e não pausa
Existe a eternidade em nossos corações!

Segundos, minutos, horas e dias
Seus afazeres são vagos e suas vozes são frias!
Sou o ponto final dos argumentos
Entre o eterno escrever!



(S. L. Schiapim e Luara Potiguara)

"- Minha primeira parceria, escrever junto de outra mente é um verdadeiro espetáculo,
A diferença de escrita e seus toques pessoas ficam nítidos...
É lindo!"








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segunda-feira, 26 de setembro de 2011




Desânimo


Escrevo todos os meus erros em minha pele
Os enquadro com letras garrafais
Perpendicular, unilaterais
Marcados pelos dedos que sua mente repele

Faço em pedaços o espelho, com um leve contato
Entrelaçam-se perfeitamente após o corte
Os cacos e o sangue da minha sorte
De meus pensamentos não surgem os fatos

Fisiogenia estagnada em uniformidade
Vivo, porém acostumado com calamidades
Perdido entre o plural e o singular

Singelo, medonho e resignado
Correndo, caminhando ou parado
Sem objetivo para continuar...


(S. L. Schiapim)

" - Escrito brincando com palavras... 
Feito em poucos minutos.
Notável a falta de capricho!"




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domingo, 25 de setembro de 2011


Morte Interior


Todo o fingimento contido no mundo,
Com seus humanos pálidos sofrendo...
Enxergar a verde esperança morrendo,
Absolvendo todo esse sentimento imundo.

Fraqueza forçada por não declarar
Inúmeras vezes o que os abalam,
Seus desconfortos internos não se calam
E contrastam com a exaustão de respirar.

Sua alma escurecida não cai,
Enche seus pulmões de poluição e vai...
No fenecimento de não perecer.

Expectorar a fragilidade contida,
Apesar de não acreditar na vida...
Sendo o não morrer e o não viver!


(S. L. Schiapim)


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quarta-feira, 21 de setembro de 2011


Humano Invisível


Na falta de visibilidade de um pó respirante, caminhando nos sentimentos vagos, incompreendidos e tortos. Nunca minhas palavras tiveram um tom protagonístico, sempre ficaram abafadas atrás de gritos, cantos e notas musicais... Nunca te disse mais que um singelo e tímido 'oi', mas a musicalidade presente em meu ser junto com a poesia que existe em nós, quer lhe dizer isso:


" - O tom claro de sua pele fria
Seu andar leve, acompanhado de sua voz, em mim cria
No oxigênio que meu pulmão tenta respirar
Mas com a timidez presente em meu ser
Me incomoda esse constante 'não dizer'
E me exausta o infortúnio de 'não falar'

O dispêndio desse ocioso vírus
Trás o amarelamento dos papirus
Onde eu anotei todas as minhas ações
Existo apenas em minha invisibilidade quotidiana
Com a timidez de minha natureza humana
Onde você mal sente minhas respirações

Sou apenas um período sem frequência
Um humilde humano sem essência
No gráfico peculiar da pele
Que hoje, porém, desmoronou
Consciente de que nada sou
E tudo o que minh'alma toca, ela repele!

Sou o ajuntamento abrupto dos entulhos
Junto com a nota tocada fora do tempo
E o arpejo mal-feito em um tom horroroso
Sou as palavras mortas e sem vogais
Junto com todo o inquietamento do mundo
Sou a verdade, sou o 'Eu te amo!'"




(S. L. Schiapim)



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sexta-feira, 9 de setembro de 2011



Nexo Inexistente



Na rutilância de minhas súbitas ideias,
Acompanhadas por sombrias bactérias,
Existe o magnânimo raciocínio...
A extasiante vontade inquieta
De mudar com a ponta de uma caneta
Todo o planeta em crescente declínio.

Assistir o fim da sua essência sem piscar...
No íntimo, a vereda de continuar
A repelir toda a praga congregada,
Despistar todos esses roedores,
Que paralisam meus círculos motores
E escrever mil palavras inacabadas!

Recuperar meus escritos presos aos destroços...
Escutando o atrito fatídico dos ossos...
E caminhar, caminhar, caminhar...
Até me cansar desta repetição,
Moldar uma adorável inundação,
Que minhas palavras passam a borrar...

Ao caminhar sobre a água fria
E notar que meu reflexo não existia...
O sol passou a bater em minhas costas.
Na sombra, a desagregação de minha ideia,
Acompanhada das frases desconexas
E de todas as palavras póstumas.

Sou apenas palavras em um ser humano,
Que livre delas em seu cotidiano,
É só mais um homem sem reflexo,
Tentando mudar o já existente...
Aparentando algumas vezes ser coerente
E nas outras vezes completamente sem nexo!



- Sérgio  Schiapim




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quinta-feira, 1 de setembro de 2011




Sonho Eterno


Neste mundo, não existem movimentos rotatórios...
O meu 'Eu Lírico' dá lugar ao meu 'Eu Ilusório'.
De olhos fechados, respiração calma,
Um sono pesado, meu ser não se movimenta...
O nascer das cores que alimenta
O inebriante descanso da alma!

Crio um ambiente onde meus pesares fenecem.
Ignoro as barreiras, faço com que obstáculos cessem.
Não existe o tempo, é sempre cedo...
Perecem os estalos das horas calculadas,
Morre a preocupação em nós congregada
E os olhos fundos que tremem de medo.

Imagino amigos, espaços, tempos e amores...
Uma vida sonhada anula os rancores,
Nem existe o horror abrupto da despedida,
Onde o lúcido ignora o imaginário,
Sem a frialdade contida em um mercenário,
Nem os abraços emudecidos por não conter vida!

Perdido entro o real e o ilusório,
Perplexo com o ato expulsório,
O meu sonhar sempre me ausenta
Da insensata vida corriqueira,
Do respirar acumulado de poeira,
E da vida central que nos orienta!

No último verso de minhas ilusórias frases,
Acomodo-me suspenso entre as bases...
Volto a 'realidade' que a nós foi imposta.
Retorno aos dizeres comuns da sociedade,
Procurando neles alguma verdade.
Eu crio perguntas e não respostas!


- Sérgio Schiapim









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sexta-feira, 26 de agosto de 2011



Monólogo de um Vendedor


Pause todo esse devaneio e tome nota...
Para, ao contares, não se torne uma anedota.
Que se divulgue entre os povos,
Semeie pacificamente cada conto,
Gerando abstinência após o ponto,
No final das peças desses destroços!

No cataclismo primordial das ideias,
Na nebulosa folha, insiro matérias...
Que seu cérebro passa a repulsar,
Com um martírio agonizante,
O sobrar das consoantes,
O desestimulo de pensar!

Observo que a falta de vontade
Fará com que se apague
No Apocalipse dos pensamentos...
Todas as folhas desbotadas,
Com rebeldes letras ordenadas,
Que serão levadas pelo forte vento.

Cesso o monólogo e minha mente se cala.
Recolho o refugo jogado pela minha fala...
Sou apenas um humilde vendedor,
Que pelas ideias se locomove,
Vendo cérebros, mas não há quem os prove,
Pois não existe ainda nenhum comprador!


(S. L. Schiapim)




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domingo, 21 de agosto de 2011



Retorno 


No âmago da dor absoluta
O espaço nulo entre os tempos
Na sucessividade dos segundos...
Observar toda frequência abandonada.

Notar o sentido dos meus dias partindo,
Como o ar dos meus pulmões saindo...
Vagando sem direção alguma...
E não sentir sua respiração.

Vejo o sol girar em torno de nós,
No momento em que estamos a sós,
Observo nossas sombras unidas...

A luz refletida pela opaca lua,
Minha face tocando a sua,
O retomar das relações perdidas.


(S. L. Schiapim)


"- Eu fecho os olhos
E praticamente sinto
Sua respiração."

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terça-feira, 16 de agosto de 2011



Completo


Um homem parcialmente completo,
Repleto de 'porquês' e questionamentos...
De diversos poemas incompletos,
Com um olhar vazio e preguiçoso,
Com seu peculiar sorriso torto
Que só se abre com você por perto...

Uma mulher parcialmente completa,
Que foge de cálculos e exatidões,
Com seus estudos e suas compreensões,
Com seu lindo e cativante sorriso,
Uma presença que me entorpece,
E uma personalidade que vicia!

Em sua ausência surge a abstinência...
Algo que eu esperava por ninguém sentir,
Mas resolvido, parei de me iludir...
E dei a esse sentimento o nome de 'Saudade'.
A motivação de todos os dias ouvir a sua voz
E sentir os meus sentimentos contigo coalescerem!

Percebo o quão medíocre com as letras sou,
Por não achar as palavras que meu íntimo sente...
Talvez até por fugir-me a compreensão,
Por ser algo tão intenso.
Mas trabalharei e me dedicarei todos os meus dias
Para encontrá-las e a ti revelá-las.

Um homem parcialmente completo,
Com o desejo de findar o parcial,
De ter esse como seu objetivo primordial:
De nos tornamos unidamente completos.


(S. L. Schiapim)


"- Eu nasci pra sentir saudade..."

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quinta-feira, 11 de agosto de 2011



Teoria de um Poeta Morto


Observo-me, sendo velado, pálido...
Aventuro-me a observar os outros cômodos
Encontro rabiscos de minhas poesias vivas,
Mas os de luto entoam palavras mortas...
E tentam em vão, limpar as lágrimas que os untam,
A dor que cheira a sânie de suas úlceras.

Procuro a mulher que amei, entre os presentes,
Vejo um amigo meu, a consolando...
Ela tinha uma expressão mista, entre tristeza e alivio.
Fixei-me nas estrelas que a presente-ei...
Estavam hospedadas em contubérnio, sem brilho,
Pois não havia luz em seu interior estiolado!

Um inimigo meu entra com passos fortes,
Dizendo: Este ser inútil não pode ter partido!
E ao dizer isso, sendo contido, chorou...
E chorei.
Errante poeta velado, não soube em quem confiar...
Confinou sua essência, seu perdão, sua vida.

Perco, entre os sentimentos, minhas rimas horríveis.
Cancelo a musicalidade que era presente no meu ser.
A diferença do poeta vivo e do poeta morto,
Que passou a vida congregando ódio, rancor e dor!
Consolo-me apenas em vagar em direção ao nada,
Recordando de uma vida que eu nunca tive...

Aproximo-me, toco-me, atravesso-me!
Percebo minha inexistência nesta pausa,
Coalescência impossível... Fecho os meus olhos...
Noto meu espírito vazio, minha alma com frio...
No âmago, o supremo infortúnio de estar morto.
Na pele, a suprema vontade de estar vivo!


(S. L. Schiapim)



' - Eu nem choro mais, pois bem...
Não sei dizer se fiquei mais forte
Ou se morri também.'










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sábado, 6 de agosto de 2011



Chuva


Ao som arpejado de um piano
As suas gotas caem com o mesmo ritmo.
Sinto-as sobre minha pele, tocando-me no íntimo.
Reflito sobre meus erros humanos.

Minha audição acompanha as notas...
Minha pele, as gotas...
Escorrem, soltas...
Lavando minha natureza morta.

Após passar pelo meu corpo escuro
Elas continuam claras, transparentes...
Noto-as, observo-as, calmamente...
E escuto: Torna-te puro!

Após a chuva, noto as cores
De uma rua que eu nunca reparo...
Ao respirar, me comparo...
Analisando os diversos fatores.

Trago com o meu ser
Deformando a coalescência,
Infiltrar-me na essência,
Tudo o que deveria esquecer!

Trago meus erros escritos na pele,
Algo que nunca me abandonou,
Mas são provas de quem tentou.
Julgar? - A você não compele.

A consciência, silencia a razão;
A razão, limpa a mente;
As gotas, formam correntes;
E a chuva limpa o chão.


(S. L. Schiapim)

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sábado, 30 de julho de 2011



Guerra Interna


Sou o ódio em sua forma mais pura...
O antônimo do amor,
O caminho escuro e calculado,
Sou os sintomas que atrasam a cura.

Adotada pelos que declaram guerra.
O núcleo do átomo...
O batimento apótomo...
A destruição atômica das eras!

Suor e abatimento de quem não conheço,
Que me faz sentir certa empatia,
Enquanto um foge, um outro sorria...
São inúmeros, acabam e os esqueço.

Deísta que sou, observo igrejas abençoar,
Quem parte em direção a ela...
Incoerência, tão bela...
Que meus pulmões passam a expectorar.

Pra quem gosta, a diversão continua.
Prendo-me, observando a tristeza nua,
Buscando algo que me satisfaz...
Porque todo medíocre humano
Que não entende a dor,
Jamais conhecerá a paz.


(S. L. Schiapim)



" - Falo da guerra o suficiente
para que ela acabe."

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domingo, 24 de julho de 2011



Cura


A absorção da dor escura.
A morte da insana raiva que cegava.
A expulsão do demônio que acompanhava
Os meus passos... Em suma: A Cura!

Vítima sem cor, de avançado estiolamento...
Sozinho, escrevia, escrevia e escrevo...
Toda a falta de esperança que em mim jazia,
A morte entoar mais simples que a vida!

Um verão sem o arder do sol,
Outro outono sem ver folhas caírem...
Amareladas ou desbotadas? Não sabia...
Meu ser não caía pois mal se erguia.

De minha agonia surgiram bons escritos,
Boas palavras empregadas,
Na folha em mim congregada,
Escritos com dor, ódio e medo.

Hoje, sem todo esse fardo,
Com uma leveza e calor de espírito...
Me encontro com um atordoamento lírico
E de ruins sentimentos, farto.

Sem pranto, porém alegre.
Sem dor, porém sentindo...
De verdade, talvez mentindo...
Qualquer palavra serve!

Mas de meus sentimentos declaro unicidade...
Falo somente de um, apenas um:
Que em minha existência não é comum
Esse curto momento chamado Felicidade.


(S. L. Schiapim)

'- Uma postagem um tanto pessoal,
pensei muito se iria mesmo postar isso...
Mas aí está.'

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domingo, 17 de julho de 2011




Falência


Escrevo, entre papéis branco-amarelados,
A angústia dos seres aglomerados,
Sobre o ardente e imenso sol.
Falo sobre os sentimentos repugnantes,
Criando incógnitas sobre as consoantes,
Para tornar calmo o seu humilde She'ól!

Escrevo, sentimentos que passam a obnubilar.
O ser, sem fé, que deixa de acreditar,
Observando a deterioração do infinito...
O humano que busca sua vida inteira,
O lindo sentimento, que finda, virando poeira,
Tornando o mesmo humano precito.

Escrevo, meu passado morto,
Buscando, na consciência, o conforto...
Nas diversas escritas inacabadas.
Neste mar inteiro no qual afundas,
A perda das sensações profundas,
A essência das direções alteradas!

Enxergo a falência múltipla dos sentimentos...
E assopram-me todos esses ventos...
Os ataco, usando de palavras fatais,
Que jazem da natureza em mim congregada,
Que me atingem, pancada após pancada...
Após isso, eu não escrevo mais.




(Sérgio Schiapim)


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segunda-feira, 11 de julho de 2011



Ignotus


Superabundância obscura e intocável,
Filho das palavras mortas e inacabadas,
Refugo jogado a beira das estradas.
Nas dificuldades, isso me torna instável... 

Irritante contiguidade, acompanha meus passos,
Existe em contubérnio com minha matéria.
Sim, na minha inferioridade de bactéria...
Mas minha real essência deseja romper esses laços!

Esse fantasma frio e aterrorizante
Que se auto-denomina Dor,
Não possui significados em um dicionário.

Capaz de mudar o meu semblante...
Inunda minha medíocre existência com rancor...
Este ser ignoto já faz parte do meu inventário.
                                    - Infelizmente.


(S. L. Schiapim)



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sexta-feira, 1 de julho de 2011




Vida


Um pobre resultado de um mero acidente
- Um animal pouco evoluído.
O orgulho de ser pó respirante...
Talvez, deste mesmo fui concebido

O arqueado posicionamento dos cromossomos,
Com o batimento apótomo do coração,
Que finda, com uma última expiração...
Antes mesmo de saber quem realmente somos.

Muitas questões, poucos esclarecimentos,
Alguns cálculos, algumas prosas,
Algumas árvores, algumas rosas,
E a pele segue seu lindo esbatimento...

E a vida passa, como um estalar de dedos.
Me recordo de meus amores, rio dos meus medos,
Escutando uma máquina apitar e apitar...
Observo, melancolicamente, minha existência findar...

Vida, curta vida...
Tão curta quanto esse verso.


(S. L. Schiapim)

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domingo, 26 de junho de 2011


Cinco Letras


Me aventurei nesse mundo dos vivos,
De partos e martírios emotivos.
Meu coração não ama mais...!
Passou a ser apenas um órgão vital,
Me tornei etnicamente racional,
Seu nome se perdeu em meus rugidos cerebrais!

Me tornei apenas um 'humano respirante',
Dono de um órgão vital pulsante,
Que pulsava, pulsava e pulsava...
Como que vivo entre os destroços,
Porém preso entre os ossos...
Essa repetição me agoniava!

Sentei, observando meus rabiscos.
Lembrei-me vagamente de teus sorrisos...
Levantei e saí, como alguém que repele.
Um vento assopra-me, doce e flutuante,
Sorriam-me todas as consoantes,
Do pergaminho singular da pele!

Respirei, esse tempo, sem nenhum motivo...
Constante tempo, sem motivo...
E meu coração tentava me contar algo...
E repetia, repetia e repetia...
Me incomodava, assim como essa repetição
Incomoda você, ó leitor.

Minha natureza viva... tornou-se morta.
Tranquei meu contrato com a frieza!
O Fiz em pedaços, e os contei em seguida,
Consegui enxergar, de cabeça erguida,
Toda a norma que eu ignorava,
E toda lágrima que quieto, sangrei.

Encontrei em você a minha essência,
O sentimento para minha existência,
O ar para meus pulmões!
Meu ponto fraco, que me faz forte.
Eu que nunca acreditei em sorte
Quis explicar, usando de todas as razões:

Eu que uso a escrita para me expressar,
Uso meu passos para caminhar,
Vejo-me caminhando perto de ti.
Declaro amor a forma escrita,
E de todas as minhas consoantes,
Você se tornou minhas vogais...

...Necessárias para findar esse verso.


(S. L. Schiapim) 


'Para uma pessoa em especial.'






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terça-feira, 7 de junho de 2011




Diálogo Entre Opostos


"- Luz total se resume o meu caminho,
Com miríades ao meu lado, não me sinto sozinho...
Não sou refém dos meus instintos nervosos!
Fiel ao Magnânimo, Amado e Magnífico...
O que atraí todos os pacíficos
Que criou o homem, deu força aos seus ossos!

Expulsou, pelas falhas, sua existência...
Por agir como se não tiverdes consciência!
Seduziu milhões para poder guiar.
Abdicou o amor, este airoso sentimento
Tornou o mundo odiento
Sem se arrepender, impossível perdoar!

Aguardarei o momento certo
Para aniquilar esse momento perpétuo!"
Disse isso o anjo que não possuía nome
Ao demônio que, sem parar, o fitava.
Os segundos do relógio estalavam, 
Suas palavras voavam, similar a um ciclone...



Ignóbil confiante, fechou seus olhos e cruzou seus braços
Pensou que com sua voz possante, intimidaria os que não possuem laços
"- Ignorei o ser magnânimo por vontade própria!
Escolheria qualquer caminho incognoscível
Mudaria o que era-me possível
Para distorcer essa sua 'realidade ilusória'!

Vou criar outro mundo para chama-lo de 'meu'...
Vou mudar o que um dia já foi seu!
Posso fazer desabar a própria lua.
Já vejo nos humanos um desejo repugnante
De fazer o mal, esse desejo constante
Que faz excitar a ciência crua!

Esse seu quetilquê senhor,
Que eternamente é amor
Mas vai julgar todos os errantes, sua própria criação!"
Disse isso, com um tom de repugnância.
Eu ouvindo essas coisas, na minha plena infância,
Fez acelerar meu ingênuo coração.



Pensei o resto da minha vida sem cansaço.
O vento batia, procurava espaço.
Vinha-me teorias, que meu cérebro, com nojo, expulsava...
Nunca mais caminhei satisfeito,
Sonhava apenas com meu leito,
Assim como o oxigênio e o hidrogênio que eu suava!

Pensei: 'Como um ser de amor poderia causar tal desgraça
Aniquilar os errôneos, não acreditar na união de todas as raças'
Pensei também nas palavras do demônio...
A abdicação do hissope
Onde há água-benta, esse ser cospe...
Mas enfim cheguei a uma resposta:

"- Entre destruir todos os de sua criação
Que escolheram não ter ligação
Nessa vida, nesse tempo, que é tão curto...
Não importa quem morra: bom ou mau...
Esse não é o destino natural,
Se um morre, eu me vestiria em luto!

Prefiro acreditar na mudança dos seres vivos
Ao viverem por algum motivo.
Eu só quero que meus olhos fechem
E que eu nunca mais desperte...
Após ler romanos capitulo 6 versículo 7
Espero que meus pecados se paguem."

Calei as cismas do meu destino.
Findei o caminhar por este asfalto.
Cancelei das matérias toda a rima,
Ao observar, ria, sem pudicícia
Da falta de musicalidade da matéria...
Finalmente finda, essa conversa funérea!


(S. L. Schiapim)

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segunda-feira, 30 de maio de 2011



Ingratidão do Abrigado

Sutileza de um ato vil incognoscível ,
Copiado através do carbono,
Um ser livrado do abandono
Com um pretérito imperfeito terrível!

Exausto de observar... Talvez eu um dia cegue
Enquanto vejo alguns o julgar...
Meus pulmões não param de expectorar
Toda podridão de suas falas!

Abriguei-o em meu humilde sepulcro,
Sem visar nenhum lucro...
Mesmo com minha aziaga memória.

Mas foram respondidas todas minhas cismas,
Da falta de agradecimentos surgem os aneurismas...
Acendo meu cigarro... Espero que ele atinja a glória.



(S. L. Schiapim)

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sábado, 28 de maio de 2011




Sem Laços


Eu, cansado de toda essa dor:

- "Com a delicadeza que me foi tirado o sorriso da face,
A indiferença em mim se tornou norma,
Moldando-se em qualquer forma,
Como o fim do verso que de modo voraz, nasce!

Escolho de forma abrupta o meu caminho.
Abandono aqueles que me impedem,
Não deixo que meus planos sequem...
E não ligo em parar e me ver, sozinho.

Abdico da escrita formal,
Cancelo toda a moral,
Estando sozinho nesse espaço...

Esqueço o 'bom' e o 'mau',
Não digo nenhuma vogal...
Ao romper também este laço!"


Ela, com uma voz machucada:

- "Espero que tudo volte como era antes...
E que você, o seu coração descanse
Vou ficar perto onde minha mão o alcança...
Esperar... Pois, há sempre uma esperança!"





(S. L. Schiapim)

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sexta-feira, 8 de abril de 2011




Três Luas


Sem brilho, mórbido e ignoto.
Calado, olhando, um para o outro...
Deixando de fazer seu movimento rotatório.
Evita seus atos cotidianos,
Ignora todos os humanos,
Que vivem em seu mundo ilusório!

Quando o sol se põe,
Seu brilho segue o esbatimento!
E qual canção compõe?
A que acelera meu coração, a todo momento...
Ser figurado que não carrega o fardo
Do próprio arrependimento.

E iniciam os meus soluços.
Olho para o alto, mas caio de bruços...
Uma lágrima cai, expulsa do globo ocular!
Um ser falto de misericórdia inicia a perpetuação...
Eu, farto dessa repetição,
Me levanto e começo a lutar!

Inflama meus sentimentos repugnantes.
Me faz correr, um movimento constante,
Até, enfim, me aproximar.
Me agarro em um pequeno pedaço,
Perdido em todo o espaço,
Mas o sol vem me acalmar.

Sua luz serve de fulcro ao meu rancor.
Me aquece com seu exuberante calor,
E começa a pronunciar:
"- Eu, estrela de energia infinita, ininterrupta.
Escolho uma lua abrupta
E a faço parar de brilhar..."

As três luas fugiram em forma de L,
Sabendo que à elas não compele,
E não às cabe julgar.
Eu, apenas um ser ignoto...
Acordo e me encontro deitado, torto
Ouvindo o despertador tocar...

E simplesmente levanto.
                     


(S. L. Schiapim)







 

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domingo, 27 de março de 2011



Entender...


Transubstanciação do que eu chamava de ódio.
Um ser lúcido, deveras fraco.
Medo telúrico de não poder levar no mesmo frasco,
Toda a substância do meu ser ilusório!

Meu coração: Espectador de toda ânsia.
Focado em sempre manter a mesma norma,
Cansado de não o pôr em forma,
Nem com milagrosa teomancia.

Ódio granítico,
Destino fatídico,
Amargura de esquecer...

Amor deveras sentido,
Jamais será escrito,
De uma forma que se faça entender!
                                          (embora não seja preciso)


(S. L. Schiapim)

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terça-feira, 15 de março de 2011


Metade Morta

Feito do pó ou evoluído
Sem perder a repugnância,
Uma ânsia contrária a ânsia
Frialdade do ser diluído.

Patologia que deu luz a essência
Do meu coração cansado.
Está longe, mesmo estando do lado,
Aguardando apenas a coalescência.

Imaterializado fulcro consolador
Me faz lembrar que também o rancor
Fechou aquela porta.

O fulgor da minha metade
Me faz voltar a realidade:
Metade viva, metade morta!


(S. L. Schiapim)

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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011





Eu


Diversos adjetivos empregado ao ser.
Figurante, as vezes, na minha história
Protagonista de quem tem memória,
O sonho que volta a viver.

Linhas fortes que choram de dor.
Horas pensando antes de dormir,
Abomino hoje o rancor
E sem esforço volto a sorrir.

Tão pessoal como um diário
Escrevo,  mesmo com um péssimo vocabulário.
Linhas das quais não mereço meu nome nela...
Findo aqui o lado imerso...
Onde a beleza foge do verso...
A observar pela janela...


(S. L. Schiapim)

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